Já se perguntou como é a corrupção no Japão? O país é famoso por sua honestidade, mas não existe nenhum país perfeito e o Japão tem seus casos de corrupção, não apenas no governo mas em diversas áreas, desde coisas pequenas a grandes.
Politico chorando, suicídios, dinheiro sendo usado para comprar vídeo games, essas são as reações de alguns japoneses que foram pegos em escândalos de corrupção. Esses são alguns dos escândalos de corrupção japoneses que vamos ver neste artigo.
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Índice de Conteúdo
Corrupção no Japão é raro?
No Japão a corrupção é algo raro porque existem mecanismos eficazes para investigar e punir a corrupção. Apesar da lei ser bem rígida ainda acontece casos de propina e diversos esquemas corruptos que costumam ser administrados pela Yakuza ou empresas.
Apesar de não ser corrupção, vale citar que nem todos os japoneses acham dinheiro na rua e devolve ao dono, o que resulta a prisão de alguns deles. Casos de corrupção no Japão costumam ser pequenos e imperceptíveis devido a grande segurança e leis do país.
Porém esses casos podem ser prejudiciais, envolvendo falsa segurança em determinado prédio fraudando uma inspeção. Desvio de dinheiro, empresas de faxada, uso indevido dos bens públicos , etc.
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Como os japoneses encaram a corrupção?
Apesar da população japonesa ser considerada honesta, existe alguns contrastes notáveis. Mesmo com os casos de corrupção sendo expostos, muitos japoneses fazem vista grossa para esses casos e acabam reelegendo um politico envolvido em escândalos.
Após repressão a fraudes e propinas, as pessoas parecem ter ficado mais indignadas com o fato de seus amados políticos e burocratas terem sido presos do que com a corrupção ocorrendo.
A imprensa e a mídia japonesas podem ser bastante agressivas em suas reportagens sobre escândalos e corrupção. A cobertura pela televisão de tais atividades geralmente é abrangente e completa. Levando até mesmo suicídio de alguns envolvidos.
Alguns envolvidos são questionados do porque não deletaram uma corrupção dentro de determinado local. É difícil para os japoneses falarem, pois isso pode levar à perda de todo o resto da organização envolvida.
O Japão é muito rígido quando se trata de escândalos. Como conseqüência, o povo japonês pode relutar em se tornar "denunciante"… Isso pode prejudicar ele mesmo, afetar sua carreira pelo resto da vida, mesmo não estando envolvido no escândalo.
Tipos de corrupção no Japão
Algo muito comum é o amakudari (天下り) uma prática onde burocratas japoneses aposentam-se para ocupar posições de alto nível em algumas companhias publicas e privadas. Isso é comum acontecer em indústrias financeiras, construção, transporte e farmacêutica.
Um dos riscos de corrupção no Japão está na manipulação de licitações conhecida como Kansei Dango. Algumas propostas de projetos são manipuladas, nem sempre envolve dinheiro mas essas manipulações acabam prejudicando outras propostas e empresas estrangeiras.
Muitas pessoas dão presentes caros anualmente a seus médicos, professores, professores, burocratas, chefes e outras pessoas. Alguns fazem isso como seguro para um bom tratamento, promoção ou recomendação de emprego.
Os empresários americanos que fazem negócios no Japão dizem que é necessária uma pequena "graxa" para manobrar rapidamente a burocracia. Nada que um dinheirinho para acelerar as coisas.
Uma prática comum é que os burocratas concedam um contrato a uma empresa de construção e que essa empresa recompense o burocrata com um emprego bem remunerado quando se aposentar do governo.
A corrupção parece estar particularmente imbuída na cultura política de Hokkaido. Grande parte da corrupção gira em torno das empresas de construção que tentam garantir dinheiro para projetos de obras públicas.
Escândalos de corrupção no Japão
Para se ter uma noção, o Japão possui 20 pontos em corrupção. O país menos corrupto é a Dinamarca com 1 ponto, enquanto o Brasil possui 79 pontos. O Japão não está livre de casos de gasto indevidamente utilizados, fraudes e propinas. Vamos ver alguns casos que aconteceram abaixo:
- Cerca de 90% dos contratos rodoviários em 2006 não envolveram licitação;
- Uma investigação descobriu que 69 milhões de ienes de fundos fiscais destinados a obras públicas foram gastos com festas;
- Em 2006 houve um grande escândalo sobre a falsificação de dados relacionados com a resistência a terremotos de alguns edifícios;
- Em 2001 um funcionário das relações exteriores gastou cerca de 4.000.000$ com corrida de cavalos e clube de golfe;
- Em 2006, três governadores foram presos e forçados a se demitir devido a escândalos de manipulação de licitações;
- Outros escândalos famosos foram os de Ōura, Siemens e Teijin, esses foram considerados os maiores escândalos envolvendo corrupção na história do Japão. Recomendo fazer uma pesquisa individual sobre eles;
- Para mais relatos de corrupção no Japão, recomendamos acessa este link.
Uma investigação constatou que 46% do orçamento de US $ 30 milhões em material de escritório para o governo da província de Chiba foi mal utilizado ou gasto indevidamente com parte do dinheiro destinado à compra de itens como consoles de vídeo games e mesas de ping pong.
Uma das formas mais comuns de corrupção no Japão são propinas para projetos de construção. Essa forma de suborno é uma das razões pelas quais o Japão tem tantas pontes e linhas ferroviárias, mas menos da metade da população tem rede de esgoto.
Ao menos, na maioria das vezes quem é pego acaba perdendo seus cargos, mas a lei é falha e alguns acabam se safando.
Escândalos de sexo do Ministério das Finanças no Japão
Calcinhas foram apreendidas em um ataque e Dois funcionários do Ministério das Finanças foram presos por exigir que os banqueiros os levassem a "restaurantes no-pan shabu shabu", onde garçonetes de saias curtas sem calcinha atendem os clientes.
As garçonetes se inclinavam aos clientes quando recebiam gorjetas de 10.000 ienes. Os banqueiros gastaram mais 10 milhões de ienes com esses e outros entretenimentos, e apenas receberam avisos de investigações sobre escândalos de empréstimos ruins.
Outros funcionários do Ministério das Finanças foram repreendidos por tirar "cochilos" com garotas de programa em quartos alugados pelo MOF. Um deles foi encontrado com 400 peças de roupas íntimas femininas em sua casa.
O funcionário disse à polícia: "Eu peguei toda a lingerie nas ruas por puro acaso". Em abril de 1998, dois ex-Ministério das Finanças foram indiciados por receberem US$ 69.000 em propinas durante as noites em restaurantes e partidas de golfe.
Outros 112 funcionários do Ministério das Finanças foram repreendidos por aceitarem indevidamente refeições e entretenimento. Em 2000, houve reduções drásticas nos vinhos e refeições dos burocratas.
O japonês corrupto que chorou
Nonomura ficou famoso depois de chorar em uma defesa de acusação contra corrupção. Ele gastou cerca de 3 milhões de ienes (30.000 USD) do dinheiro público com viagens de trens realizadas durante o ano fiscal passado.
Quando o político se dispõe a explicar a razão das viagens e dos gastos públicos, ele simplesmente começa a chorar de forma profusa e a balbuciar frases, e posteriormente começa a chiar, espernear e a dar golpes na mesa igual um retardado.
Depois de insistências, Nonomura apresentou sua renúncia pelo uso injustificados de fundos públicos e se ofereceu a devolver as quantidades gastas. Quem dera os políticos do Brasil renunciassem e devolvessem o dinheiro roubado.
O escândalo dos recrutas
O primeiro-ministro Noboru Takeshita foi forçado a deixar o cargo em abril de 1989, depois que membros de seu partido, LDP, foram envolvidos num escândalo de troca de favores, gerando a pior crise política do Japão desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Leia também: Crimes Japoneses cometidos na 2ª Guerra Mundial
O líder do PDL Shin Kanemaru estava entre os que foram forçados a renunciar. Um dos principais assessores de Takeshita cometeu suicídio. Muitos pensaram que ele escolheu o suicídio para evitar revelar qualquer irregularidade sobre seu chefe.
No escândalo da Recruits, os legisladores da LDP aceitaram ações de pré-flutuação da Recruit Cosmos Co., uma subsidiária imobiliária do grupo Recruits, com o entendimento de que as ações teriam valor elevado quando fossem listadas na bolsa de valores de Tóquio.
Em troca, os legisladores concederam favores à Recruit, o que a ajudou a expandir seus negócios. Cerca de 70 políticos e especialistas compraram ações antes que a empresa fosse listada. O julgamento pelo escândalo durou 13 anos e envolveu 322 audiências.
Takeshita renunciou ao cargo de primeiro-ministro depois de assumir total responsabilidade pelo escândalo dos Recrutas, mas esse não foi o único crime a que ele estava vinculado. Mais tarde, descobriu-se que os assessores de Takeshita haviam pedido ajuda à máfia japonesa para vencer uma eleição.
Em 1993, seu auxílio mais próximo foi indiciado por sonegação de impostos depois que milhões de dólares em barras de ouro e títulos ao portador foram encontrados em seu armário. Diversas empresas foram envolvidas nos escândalos.
O Escândalo da Lockheed
O primeiro-ministro Kakuei Tanaka foi forçado a renunciar em 1974 por alegações de corrupção. Em 1976, ele foi preso por receber propinas no escândalo em que o fabricante de aeronaves Lockheed canalizou fundos para as principais autoridades do governo.
Em troca foram vendidos jatos L-1011 Tri-Star para a All Nippon Airways. O escândalo da Lockheed estourou em fevereiro de 1976, quando um executivo da Lockheed, A. Carl Kotchian, testemunhou no Congresso dos EUA que a Lockheed deu dinheiro a autoridades estrangeiras para vender aeronaves da Lockheed.
A acusação levou 16 políticos japoneses, incluindo Tanaka. Kodama Yoshio, um dos fundadores do LDP, foi acusado de aceitar grandes pagamentos da Lockheed. Tanaka foi condenado em um tribunal de primeira instância e morreu em 1993 enquanto apelava para a Suprema Corte Japonesa.
Escândalos de construção e terremotos no Japão
Houve um grande escândalo sobre a falsificação de dados relacionados à resistência ao terremoto. Alguns edifícios foram condenados porque os requisitos de resistência a terremotos não foram atendidas, mas sim encobertas nos anos de 2005 e 2006.
Os residentes dos condomínios foram forçados a se mudar e os hotéis foram obrigados a fechar. Muita culpa foi atribuída ao arquiteto Hidetsugu Aneha, que falsificou os dados. Aneha disse que foi pressionado por seus clientes na indústria da construção a falsificar os dados para que eles pudessem economizar dinheiro em custos de construção.
Investigações revelaram que a Aneha fabricou dados de 99 condomínios e hotéis, tornando-os suscetíveis ao colapso em um terremoto de nível superior 5. Os edifícios devem suportar terremotos no nível 7.
Aneha disse que fez isso porque foi solicitado pelo gerente de uma empresa de construção a reduzir a quantidade de reforço de aço com o entendimento de que o gerente sabia que isso enfraqueceria o edifício. Aneha disse que, se não cumprisse, perderia negócios.
Mais tarde, Aneha disse que os dados falsificados originalmente eram conhecidos como redutores de custos e depois continuava falsificando os dados para manter sua reputação. Ele foi condenado a cinco anos de prisão. O escândalo levantou questões sobre a credibilidade da indústria da construção como um todo e prejudicou os negócios imobiliários.
Escândalos envolvendo o Governo de Shinzo Abe
A administração do primeiro-ministro Shinzo Abe foi abalada por uma série de comentários inapropriados, erros e escândalos de corrupção. Semanas depois de assumir o cargo, Abe foi ferido por comentários controversos de seus ministros.
Um ministro da saúde acabou chamando as mulheres de "máquinas de fazer bebês" e ministras da Defesa criticando a invasão do Iraque por aliados próximos dos Estados Unidos.
Abe também ficou magoado com a revelação de que um comissário tributário que ele indicou estava usando moradias públicas para conhecer suas namoradas, apesar de ter criticado o uso de moradias públicas por trabalhadores comuns do governo.
Em julho de 2007, o ministro da Defesa, Fumio Kyuma, foi forçado a renunciar por causa das críticas que fez a respeito de que os bombardeios atômicos dos EUA em Hiroshima e Nagasaki eram justificáveis e inevitáveis.
Durante uma palestra, ele disse: "Eu entendo que os atentados acabaram com a guerra, acho que foi algo que não pôde ser mudado, pois visava impedir a União Soviética de entrar na guerra". A gafe reforçou os sentimentos de que o governo Abe era inepto.
Em maio de 2007, o ministro da Agricultura, Florestas e Pescas Toshikatsi Matsuoka, cometeu suicídio enforcando-se em um conjunto habitacional usado pelos legisladores em Tóquio. Ele havia sido criticado pela oposição por usos duvidosos de suas despesas de escritório e gastos questionáveis por uma associação à qual era afiliado.
Dois ministros da Agricultura, Florestas e Pescas que seguiram Matsuoka - Norihiko Akagi e Takehikiko Endo - foram forçados a renunciar por causa dos escândalos de corrupção. Endo foi forçado a deixar o cargo depois de apenas oito dias no cargo.
Dinheiro público para vídeo games e ping pong
Uma investigação constatou que 46% do orçamento de 30 milhões de dólares em material de escritório para o governo da província de Chiba foi mal utilizado ou gasto indevidamente com parte do dinheiro destinado à compra de itens como consoles de vídeo games e mesas de ping pong.
Claro que esses 7 casos são apenas a ponta do iceberg no Japão. Ao ler nosso artigo sobre corrupção no Japão você vai ver que é comum a troca de presentes, favores, propinas, principalmente envolvendo construções e reformas públicas.
Espero que tenham gostado do artigo, se gostou, compartilhe e deixe seus comentários. Conhece algum caso mais bizarro de escândalo e corrupção no Japão? Se sim, compartilhe conosco!
Ranking Mundial de Corrupção
Afim de comparação, vamos deixar abaixo um ranking dos países mais corruptos e menos corruptos do mundo. Essa lista é atualizada a cada ano, então desconsidere e use apenas como base para ter uma noção da honestidade dos países.
As tabelas abaixo tem pontos de honestidade. Quantos pontos será que o Japão consegue?
Os 20 países mais corruptos:
Tabela Responsiva: Role a tabela para o lado com o dedo >>
Rank | Mais corruptos | Pontos |
1 | Somália | 10 |
2 | Sudão do Sul | 11 |
3 | Coreia do Norte | 12 |
4 | Síria | 13 |
5 | Iêmen | 14 |
6 | Sudão | 14 |
7 | Líbia | 14 |
8 | Afeganistão | 15 |
9 | Guiné-Bissau | 16 |
10 | Venezuela | 17 |
11 | Iraque | 17 |
12 | Eritreia | 18 |
13 | Angola | 18 |
14 | República do Congo | 20 |
15 | Haiti | 20 |
16 | Chade | 20 |
17 | República Centro-Africana | 20 |
18 | Burundi | 20 |
19 | Uzbequistão | 21 |
20 | República Democrática do Congo | 21 |
Os 20 países menos corruptos
Tabela Responsiva: Role a tabela para o lado com o dedo >>
Rank | Menos corruptos | Pontos |
1 | Dinamarca | 90 |
2 | Nova Zelândia | 90 |
3 | Finlândia | 89 |
4 | Suécia | 88 |
5 | Suíça | 86 |
6 | Noruega | 85 |
7 | Singapura | 84 |
8 | Holanda | 83 |
9 | Canadá | 82 |
10 | Alemanha | 81 |
11 | Luxemburgo | 81 |
12 | Reino Unido | 81 |
13 | Austrália | 79 |
14 | Islândia | 78 |
15 | Bélgica | 77 |
16 | Hong Kong | 77 |
17 | Áustria | 75 |
18 | Estados Unidos | 74 |
19 | Irlanda | 73 |
20 | Japão | 72 |