É bem verdade que o Japão já viveu dias melhores em sua economia. Em recessão, os nipônicos caíram do terceiro para o quarto lugar entre os países com maior Produto Interno Bruto (PIB) no planeta – ficando atrás de Estados Unidos, China e Alemanha –, enquanto o Brasil pulou para o nono lugar.
Apesar da retração do PIB japonês em 0,5%, no primeiro trimestre de 2024, a bolsa de valores da Terra do Sol Nascente foi a que liderou os ganhos do mercado acionário global, no ano passado, ao mesmo tempo que o principal índice de ações do país, Nikkei 225, bateu os 40.000 pontos pela primeira vez na história recentemente.
O Japão está passando por um período de grandes transformações, quando estão em curso reformas nas corporações e nas regulamentações das bolsas. O país finalmente superou a deflação (inflação de 2,2% em janeiro), no que significou o 22º mês consecutivo acima dos dois pontos percentuais. Além disso, foi registrado crescimento dos salários e taxas de juros negativas.
Mas afinal: dá para investir no Japão mesmo no Brasil? A resposta é para lá de positiva. Infelizmente, ainda mais para quem tem familiaridade com criptomoedas e encontra enorme facilidade de investir através de plataformas como a corretora XTB, o processo mostra-se um pouco mais trabalhoso, mas longe de ser um quebra-cabeça.
Índice de Conteúdo
Conheça a dinâmica do mercado de ações no Japão
O mercado de ações japonês impressiona por ser um dos mais importantes do mundo, refletindo a solidez e a diversidade da economia nipônica – quando seus índices influenciam diretamente outros grandes mercados. A seguir, saiba mais sobre como funciona a atividade acionário no gigante ocidental, além de conhecer suas principais bolsas de valores.
A Bolsa de Valores de Tóquio (TSE) é a maior e mais importante do Japão. Fundada em 1878, a TSE é uma das maiores do planeta em termos de capitalização de mercado. Sua operação é feita pela Japan Exchange Group (JPX), que também gerencia outras atividades similares no restante do país.
Principais Índices da Bolsa de Tóquio
Nikkei 225: O mais importante e que contempla os principais negócios, ao incluir 225 das maiores empresas cotadas na TSE
TOPIX (Tokyo Stock Price Index): índice que abrange todas as ações da Primeira Seção da TSE
JPX-Nikkei Index 400: foco em empresas com boa governança corporativa e alta eficiência de capital
Com relação a outros grandes centros financeiros japonesas, vale destacar, em seguida, Osaka, Nagoya e Fukuoka como os outros pilares do mercado de ações nipônico. Conheça um pouco mais sobre as atividades das bolsas de valores nas três cidades.
● Bolsa de Valores de Osaka (Osaka Exchange/OSE)
A Bolsa de Valores de Osaka, também operada pelo Japan Exchange Group, traz como maior destaque o OSE, principal índice, além do Nikkei 225 Future.
● Bolsa de Valores de Nagoya (Nagoya Stock Exchange/NSE)
A Bolsa de Valores de Nagoya se concentra em empresas da região de Chubu. Embora menor em comparação com Tóquio e Osaka, o índice NSE desempenha papel importante para empresas locais.
● Bolsa de Valores de Fukuoka (Fukuoka Stock Exchange/FSE)
A FSE é outra bolsa regional, focada principalmente em corporações de Kyushu. Seu diferencial diz respeito às ótimas oportunidades de investimento em mercados futuros em empresas menores que buscam levantar capital.
Regulamentação e horários de funcionamento das bolsas de valores do Japão
A Agência de Serviços Financeiros (FSA) é o principal órgão regulador do mercado de capitais no Japão. Com relação à abertura e fechamento das bolsas, as atividades começam às 9h (horário local) e vão até 11h30, enquanto a retomada das negociações se dá às 12h30, até o encerramento do pregão às 15h.
Como investir nas bolsas de valores do Japão morando no Brasil
Crédito: Tima Miroshnichenko/Pexels
Confira a seguir um guia de como aplicar no mercado de ações japonês mesmo morando no Brasil, além de entender as vantagens, desvantagens e os desafios para prosperar suas finanças em índices que se destacam pela sua solidez e ótimas oportunidades de negócios ao longo de décadas. Vale destacar também que o Japão oferece uma gama de possibilidades de investimento promissoras em setores de tecnologia de ponta, como robótica, inteligência artificial e energias renováveis. Fica a dica.
Antes de esfregar as mãos com as boas oportunidades nas bolsas nipônicas, você vai precisar contratar uma corretoraque ofereça acesso a mercados internacionais com ênfase no Japão, como as renomadas Interactive Brokers, Charles Schwab e TD Ameritrade. Em uma busca simples na internet, não é difícil encontrar os canais de contato de ambas no Brasil. Caso você já seja cliente de uma grande corretora brasileira, vale a pena entrar em contato para entender as oportunidades disponíveis nos principais índices das bolsas de valores japonesas.
Olho no Leão e nas taxas
Antes de investir, não deixe de fazer simulações para entender se a viabilidade do investimento trará vantagens após as deduções de tarifas e impostos. No caso da nossa Receita Federal, os ganhos obtidos com a venda de ações são tributados – quando a alíquota varia de 15%, até R$ 5 milhões, e 22,5% para lucros superiores.
Sobre tarifas, o melhor caminho é arregaçar as mangas e realizar cotações para comparar as tarifas das principais corretoras. O foco deve ser em colocar na ponta do lápis os possíveis custos de manutenção da conta, taxas por uso da plataforma de negociação e principalmente a política aplicada nas comissões – que varia de uma corretora para outra e são cobradas via porcentagem do valor da transação ou cobrança fixa por transação.
Prós e contras de se investir nas bolsas de valores do Japão:
Prós
● Diversificação Internacional:
● Acesso a grandes empresas com diferencial de estabilidade
● Ambiente regulatório robusto e economia desenvolvida
● Melhorias na governança corporativa e eficiência do capital
● Oportunidades de compra de ações na vanguarda da inovação tecnológica
Contras
● Risco cambial em função das flutuações entre iene e real;
● Crescimento do PIB aquém das expectativas nos últimos anos;
● Envelhecimento da população pode impactar o crescimento econômico a longo prazo
● Custo com tarifas de corretagem internacional, taxas de câmbio e tarifas de transferência